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DÚVIDA: HIPERATIVIDADE OU FALTA DE LIMITES?

Por Solange Matassoli Gomes – Psicóloga CRP/RJ 05/35480



Frequentemente nos deparamos com mães, pais e professores, questionando o comportamento de algumas crianças. As exclamações são constantes, do tipo: “Meu Deus! Ele não pára!” “Parece que tem bicho carpinteiro!” “Vive no mundo da lua!” “Como pode? Perde tudo!” Enfim, não há uma harmonia entre a criança, a dinâmica familiar e escolar, além de estender- se ao convívio social, pois os conflitos tornam-se diários sobre as tarefas, lições de casa, relação entre irmãos, comportamento na escola e relacionamento social.


Crianças que têm dificuldade em ficar sentadas e quietas, que se remexem o tempo todo, que apresentam dificuldade em controlar sua impulsividade, que frequentemente estão envolvidas em conflitos e discussões, que não conseguem atenção, que apresentam uma coordenação motora ou controle muscular pobre, atingindo assim um nível de incapacidade em seu desenvolvimento, tendem a ser definidas como portadoras do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, mais comumente chamado de TDAH.


O TDAH é um problema de saúde mental que tem três características básicas: a desatenção, a agitação (ou hiperatividade) e a impulsividade. Este transtorno é considerado como um grande limitador na vida da criança ou do adolescente e das pessoas com as quais convive, podendo gerar dificuldades emocionais, de relacionamento familiar e social, bem como um baixo rendimento escolar.


Geralmente esse transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, porém seus sintomas são mais evidentes durante a infância. Muitas vezes esse transtorno é acompanhado de outros problemas de saúde mental.


É muito importante salientar o cuidado que se deve ter com a banalização do diagnóstico, assim como, com as rotulações equivocadas por desinformação ou comodismo, que definem indevidamente uma criança TDAH, o que comumente se evidencia nas instituições de ensino, pois devido ao desconhecimento de alguns profissionais da educação, solicitam aos responsáveis que essas crianças sejam encaminhadas por profissionais especializados, na expectativa de confirmação de um diagnóstico de TDAH, já previamente “dado” pela escola. O mesmo ocorrendo com determinados pais, que para se isentarem de possíveis falhas no processo de educação de seus filhos, recorrem a uma nomenclatura específica que possa justificar algumas atitudes das crianças. Evidencia-se assim, a necessidade de se fazer uma avaliação adequada do quadro, seja a nível familiar e/ou social.


O diagnóstico de TDAH é fundamentalmente clínico e só deve ser realizado por um profissional de saúde, seja ele médico ou psicólogo.


COMO AJUDAR OS PORTADORES DESTE TRANSTORNO?


Intervenções precoces podem minimizar o impacto negativo que o TDAH traz à vida da criança, dos pais e dos professores. Na maioria das vezes é necessária a combinação de várias das seguintes intervenções:


* Esclarecimento familiar sobre o TDAH.

* Intervenção psicoterápica com a criança ou adolescente.

* Intervenção psicopedagógica e/ ou de reforço de conteúdos.

* Uso de medicação.

* Orientação de manejo para a família.

* Orientação de manejo para os professores.


Se após a leitura deste texto, você conseguiu reconhecer aspectos substanciais que se identificam com seu filho ou algum familiar, procure um profissional indicado (médico ou psicólogo) para maiores esclarecimentos.

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